agosto / 21
A história do Voluntariado começa na noite de 18 de abril de 1955 quando por iniciativa do médico, Professor Dr. Manoel Tabacow Hidal, um grupo de médicos e empresários se reuniram para fundar a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE). A este grupo visionário uniram-se as suas esposas e amigas para em um primeiro momento angariar recursos para construção de um hospital que tivesse excelência e qualidade.
Para arrecadar fundos, foram organizados diversos eventos, como: peças de teatros, shows, bazares, bingos, chás beneficentes, feira de produtos, campanhas como a do termômetro e de cartões de Natal.
Em 1959, essas senhoras passaram a ter denominação do Departamento Feminino, e em 1967, o Departamento já ampliado passa a se chamar “Corpo de Voluntárias”. Importante salientar que nesse momento a Sra. Joanna Wilheim liderou o grupo até 1963 como coordenadora, passando a liderança para Judith Schachnik, e posteriormente em 1981, a Fani Aronis assume até 1995.
O serviço Assistencial das “moças de cor de rosa” como passaram a ser conhecidas nas comunidades assistidas, realizaram a primeira campanha com a aplicação da vacina Sabin nas comunidades e no hospital que ainda não estava pronto. Essa ação teve uma repercussão não só na Sociedade em geral, mas também nos órgãos públicos. É importante salientar a visita de Albert Sabin em 1970 nas dependências do hospital.
O hospital começa a funcionar em 1969, com o atendimento ambulatorial para as crianças, dois anos antes da sua inauguração em 1971. Após o início do hospital, o ambulatório da Pediatria Assistencial passa a ter uma enfermaria com 14 leitos no 13 º andar, bloco D, e mais tarde 27 leitos no 12º andar, bloco A. Com a inauguração do hospital, as voluntárias passam também a ter função pioneira de trabalhar na humanização dos pacientes e acompanhantes. Atividade essa instituída para todos os hospitais públicos pela Política Nacional de Humanização (PNH) criada em 2003.
Em 1971, o Voluntariado cria lanchonete no segundo subsolo do prédio, no bloco D, com o objetivo de servir os visitantes e acompanhantes dos pacientes. Dois anos depois, é inaugurada a Lojeca. Essas duas atividades proporcionaram a manutenção da Pediatria Assistencial e medicamentos até 1996.
Em 1997, surge um novo desafio. A Pediatria Assistencial apresentava taxas de 40% de reinternações. Havia então a necessidade de buscar a diminuição desses índices. A solução estava na prevenção da doença e promoção da saúde. A presidência da SBIBAE delega ao Voluntariado a busca e trabalho de uma medicina mais assertiva e completa. É realizado um estudo na comunidade mais próxima do hospital, Paraisópolis, durante um ano, inclusive fazendo o Censo de casa em casa registrando 23 mil habitantes. A área de Paraisópolis foi dividida por cinco áreas de acordo com a sua complexidade física: Centro, Córrego do Antonico, Brejo, Grotinho e Grotão.
Na inauguração do processo de urbanização estas áreas foram citadas pelo governador José Serra no seu discurso. Ao mesmo tempo, o Voluntariado passa a trabalhar mais fortemente na captação de recursos e consegue comprar em três anos cinco mil e quinhentos metros quadrados de área em Paraisópolis.
O PECP se tornou um projeto inovador na área da Saúde, que levava em consideração todas as necessidades do indivíduo e da comunidade como um todo, despertando o interesse dos órgãos públicos, mídia e de outras ONGs que se estabeleceram dentro de Paraisópolis. Várias foram as campanhas de vacinação dentro do Paraisópolis, tais como: Poliomielite; Hepatite A, Varicela, Influenza, Meningococos C, Pneumococos, entre outras.
A Pediatria Assistencial e posteriormente o PECP garantiram a filantropia do Einstein até 2009, quando se instalou o PROADI-SUS, que também passou a vigorar com outros projetos, além do PECP.
O PECP foi a primeira Unidade avançada do Einstein e serviu de modelo para as outras unidades que surgiram depois. Frequentemente citado pela Institute for Healthcare Improvement (IHI) já foi divulgado em outros países e regularmente é visitado por outras entidades brasileiras e estrangeiras. O Ambulatório do PECP foi a primeira Unidade de Atenção Primária a receber certificação pela Joint Commission.
As atividades do PECP visam a promoção total do indivíduo por meio de atividades educativas, esportivas, artísticas, capacitação, serviço social e até hoje já foram realizados mais de seis milhões de atendimentos por meio das suas 150 oficinas.
Todas as atividades são religiosamente avaliadas semestralmente, tendo como norte o impacto social desenvolvido.
Na pandemia, houve uma preocupação com os maiores problemas detectados e foram rapidamente trabalhados com a realização de campanhas em prol da comunidade. No total, foram mais de 80 mil cestas de alimentos distribuídas, 50 mil kits de higiene, 140 mil máscaras, 70 mil kits de produtos de limpeza. Além do Programa de Apoio Pedagógico, que oferece suporte escolar para mais de 250 crianças, e também cursos de capacitação para 787 beneficiários. Atualmente continua distribuindo 650 cestas de alimentos mensalmente para às famílias do PECP em situação de vulnerabilidade social.
O Voluntariado não para. Está sempre preocupado em inovar e acompanhar o crescimento da SBIBHAE. O grupo está presente no Hospital Einstein, Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP), Residencial Israelita Albert Einstein (RIAE) e Hospitais Municipais M’Boi Mirim e Vila Santa Catarina, além das Residências Terapêuticas e da Creche CEI Perobeiras, contribuindo com a humanização e aporte financeiro.
Isso é um pouco da nossa história. Hoje contamos com mais de 600 voluntários lutando diariamente para uma sociedade mais justa.